sexta-feira, outubro 06, 2006

Aprendizagens

É bom constatar que as conversas que imaginamos na nossa cabeça, vezes e vezes sem conta, não correm como esperado. Significa que do outro lado está uma pessoa capaz de nos surpreender, nem que seja por ser ela mesma. Todavia, sentimos depois uma leveza nos ombros, alcançada ao conseguirmos dizer o que queríamos, a quem queríamos. Passamos a um novo nível: diferente, não por haver uma cisão para com o anterior, mas porque o anterior é completado, redefinido, aumentado sustentadamente não pela obtenção de coisas novas, mas pela arrumação de coisas velhas. Sei que é assim não porque percepcione a mudança de uma forma estagnada, não porque consiga separar as diferentes etapas, mas porque sei que há uma ligação entre elas, sendo que ainda não chegámos à etapa final.
Interrogo-me se será mais válido tomar o caminho difícil, longo, complicado, ou optar pela solução óbvia, que salta aos olhos de todos, de que só se fala baixinho e quando mais ninguém ouve, que não pode ser verdade, porque se fosse, tudo seria fácil. A vida não se quer fácil: a piada está em perceber que de tão complicada que é, só pode ser explicada de forma simples; absorver a sua simplicidade é que é complicado.

2 comentários:

JP disse...

As últimas conversas que tive eu esperava que me aliviassem o peso dos ombros, afinal ajudaram-me a ficar mais carregado!
Não percebi afinal que tipo de caminho preferes, só acho que nem sempre o mais fácil é necessariamente o pior.
Não concordo com isso de que a vida é complicada: ela é bastante simples, nós é que gostamos de a complicar!
Mas cada vez acho que percebo menos o que para mim antes era por demais evidente...

Tigas disse...

Tu próprio disseste - é simples. Não compliques...