quarta-feira, setembro 27, 2006

It's information, stupid!

"Amigo: alguém que sabe de tudo a teu respeito e gosta de ti assim mesmo" - Elbert Hubbard

Hoje falámos de informação. Talvez não exista no mundo coisa mais abundante, dada a quantidade dela que nos rodeia, nos jornais, na televisão, nos outdoors, na máquina do passe, nos relógios, nos sinais de trânsito, nas aulas, nos intervalos e suas coscuvilhices, nos horários, na paisagem, no tempo, nas conversas, etc.
E quando a informação falha? Veio-me então à cabeça o caso da Enron: tudo normal, uma grande companhia americana, com milhares de empregados e lucros assinaláveis. Acontece que esta realidade, construída durante anos e anos sobre bons resultados, foi apanhada de surpresa com a descoberta de que, afinal, a informação em que se baseava estava toda errada. Milhares de trabalhadores ficaram no desemprego, milhões de accionistas com as carteiras a arder. Tudo porque se tinham baseado em informação falsa. Se alguém pensa que este caso não afectou nada mais que os mercados financeiros, engana-se redondamente: milhares de trabalhadores tinham planeado uma vida com base nos seus empregos, até então estáveis, talvez tenham comprado casa nova, tido mais um filho, tudo a pensar no salário certo ao fim do mês. Apanhados de surpresa, muitas pessoas perderam as suas poupanças, tudo porque o gigante Enron afinal estava atolado em dívidas disfarçados com truques contabilísticos. Vítimas da informação!
Em todo o lado há informação, e um mundo sem informação não existiria, pois apenas a existência já é em si informação! É pois inevitável basearmos as nossas vidas em informação. Foi com ela que crescemos, foi com ela que nos formámos como pessoas. Foi com informação que fizemos escolhas, foi com ela que organizámos a nossa vida como ela é hoje: decidimos fazer esta ou aquela cadeira com base em informações sobre o regente, o trabalho que nos daria durante o semestre, sobre a sua utilidade futura; decidimos tomar este ou aquele transporte porque é mais rápido, ou mais confortável, ou porque vamos acompanhados de gente que conhecemos; decidimos para nós este ou aquele futuro conforme a felicidade, dinheiro ou interesse que nos trará.
Vendo bem, até os nossos amigos foram escolhidos por nós com base em qualidades e defeitos, características que não passam de informação que, depois de bem processada, nos leva a preferir darmo-nos com alguém em detrimento de outrem. Quão mais profunda a relação, mais é importante a qualidade da informação, pois tornamo-nos mais amigos de quem mais gostámos do que fomos conhecendo com o passar do tempo.
E quando descobrimos que essa informação, em que tanto confiámos, está errada?

Quanto vale uma pessoa?

Quanto vale uma pessoa? É uma questão estúpida, que provavelmente nem poderá ser respondida em termos quantitativos, mas não deixa de ser interessante...
Qualquer um de nós tem um conjunto de princípios, normas, condutas e comportamentos que nos caracterizam. Somos altos, baixos, magros, gordos, loiros, morenos, giros ou feios conforme os observadores ou perspectivas. Tudo isto é resultado de um conjunto de predisposições genéticas, características inatas inerentes à nossa linhagem, que foram moldadas pelas experiências que vivenciámos ao longo da vida. À partida, à nascença, todos temos o mesmo valor, não só nesse momento, como potencial. É plausível que todos consigamos atingir um determinado estado, dado que nos providenciam as necessárias condições para o fazermos, mas é igualmente plausível que uns estejam mais aptos a desempenhar determinadas tarefas. Podemos constatá-lo no desporto, onde os países de Leste têm normalmente representantes com maior sucesso na ginástica ao passo que a raça negra tem maior apetência para modalidades que exigam uma grande capacidade de explosão como corridas de velocidade, ou de resistência como as corridas de fundo.
Constatações à parte, esta valorização depende sempre do observador. É um exercício subjectivo, pois as diferentes importâncias que atribuímos a diferentes características faz-nos olhar as mesmas coisas de forma diferente. Contudo, como alguém que respeito muito me explicou um dia, o que está certo, está certo e há coisas inerentemente erradas. Sabemos isto se possuirmos mecanismos morais que nos façam discernir o bem do mal, mas o que é facto é que há coisas certas e outras erradas. Chegamos assim ao cerne da questão: ao tirar uma "foto" hoje a duas pessoas, com características semelhantes ou não, conforme achemos relevante esse facto ou não, que estejam notoriamente separadas pelo que conseguiram até hoje, pelo que representam, pelo que "são", não poderemos dizer que uma vale mais que outra, seja lá o que for que isso queira dizer?
Não me interpretem mal. Não tenho intenção de apurar raças, erradicar os fracos nem nada que se lhe pareça, mas não consigo deixar de pensar que um humanista vale mais que um pedófilo (dado que ambos não se intersectem é claro).

segunda-feira, setembro 25, 2006

Asneira

Quer seja pela sua própria natureza, quer seja pela maneira como é interpretada, a asneira é intrinsecamente didática, já que nos permite aprender. A nossa valorização sobre o que está certo e errado pode assim ser ligeiramente alterada, já que uma coisa errada, que nos faça ver o que está certo, não foi assim tão má.
Os arrependimentos são para quem não sabe o que faz, ou para quem pensa no que poderia ter acontecido se tivesse feito. Não são para quem faz, mesmo que faça mal. Ao cometermos erros aprendemos e, no futuro, estaremos habilitados a não incorrer em certos comportamentos ou atitudes. Se não tivéssemos feito a asneira, nunca nos aperceberíamos que era exactamente isso - uma asneira.
É por isso que mais do que reflectir na asneira, devemos reflectir em como emendá-la tentando sempre ajuizar como as nossas acções poderão restabelecer a "verdade" e relegar a asneira para um plano menos importante, mas nunca para o esquecimento.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Sleeping vs waking up

When fate presents itself upon us as something we can't master, we feel as everything around us is crumbling down. Our brain stops its normal activity, adrenaline kicks in, and as the trembling spreads troughout our entire body, negative thoughts get the best of us. We try to snap out of it, but we get hit back, and as we fall to the floor, although we lay awake, we wish we were asleep, because everyone knows that in dreams you never get hurt, you always wake up just in the nick of time...
When fate presents itself upon us as we always wanted it to be, picture perfect, cristal clear, all there's left to do is rejoice on our good fortune. However, "You can fool some of the people all the time, and all the people some of the time, but you can never fool all the people all the time.". That is why sooner or later something or someone falls out of place and you come to realize that reality is never picture perfect, and scarcely cristal clear, making your world nothing more than a shallow dream. You then want to wake up, because pleasureable as dreams can be, if you let yourself be caught up on them, you'll never truly enjoy life...
To lay awake in a world of peril, or to fall into a never ending slumber of ilusion are not the only two choices we have. So what can we do to ignore them inside us? Do we follow our instincts blindly? Do we hide our mind from these bad dreams and give in to sad thoughts that are maddening? Do we sit here and try to stand it, or do we try to catch them red handed? Do we trust some and get fooled by fonyness, or do we trust nothing and live in lonelyness?
If we turn our backs we're defenseless, and to go blindly seems senseless. If we hide our minds and let it all go on then they'll take from us 'till everything is gone. If we let them go we'll be outdone, but if we try to catch them we'll be outruned. If we're cheated by the questions like a cancer, then we'll be burried in the silence of the answers by our selfs.
We will know what to do, when we see that action and consequence are much more than powers beyond our reach and domain, but the very essence that keep us moving, that make life worth living for.
Sleep when you're tired, get up when you have to and whatever you do, live the dream.

segunda-feira, setembro 18, 2006

"Xiiii, isso aí é uma vida de trabalho!"

“Amigo: alguém que sabe tudo a teu respeito e gosta de ti assim mesmo” - Elbert Hubbard

Anda por aí uma fantástica conclusão: ter amigos dá trabalho! Reflecti sobre a temática, a princípio muito reticente mas depois cheguei à conclusão de que é verdade, ter amigos é das coisas que mais trabalho dá! Devíamos mesmo ser considerados super-heróis só por termos amigos!
Ora vejamos: temos de ouvir as suas tragédias, às vezes sem pachorra nenhuma, na maior parte das vezes nem são originais, já ouvimos mil vezes a mesma conversa. Temos de os apoiar sempre, muitas vezes nem acreditamos muito que aquilo vá dar resultado. Temos de nos preocupar constantemente sobre as suas notas, os seus trabalhos, os seus amores e desamores, a sua saúde, o seu estado de espírito, tudo... Temos de dar mil voltas à cabeça para dar prendas no dia de anos que transmitam a sua importância para nós.
Se vamos de férias e não dizemos nada durante alguns dias temos logo fita na primeira conversa! Quantas vezes não tivemos já de fazer os maiores passos de acrobática para conseguir ir a festas ou encontros, que coincidem com testes, exames, ou mesmo com outras festas e encontros?
E depois são os favorezinhos, os jeitinhos, os empréstimos… E as secas que já todos apanhamos a esperar por alguém que depois se esqueceu, que não acordou, que teve um imprevisto e nos deixou à seca sem avisar?
Falta ainda os sapos engolidos em nome da amizade, as desilusões que temos de esquecer, as verdades que calamos só para não nos chatearmos, as perdas de cabeça com determinadas teimosias para nós sem fundamento, o esforço que às vezes temos de fazer para perceber o que causou mal-estar, entender onde é que errámos e tentar emendar.
A ver bem, limpar o pó, dar graxa aos sapatos, andar de transportes públicos, estudar, apanhar a roupa, trabalhar, dobrar a roupa, passar a roupa, ir comprar o pão ou o jornal, ir visitar a tia ou fazes exames dá muito menos trabalho. Pode custar fisicamente, ser um aborrecimento, mas quando se acaba está acabado e podemos ir para o sofá ver a novela.
Mas não é por a casa estar limpa que vou ser apertado nos braços de alguém que com isso só me quer dizer obrigado, nem é o feijão verde descascado que me vai dizer “Gosto de ti”! Não é o motorista do autocarro que me apertará a mão no ombro daquela maneira que me dá a perceber que apenas me agradece por ser seu amigo, por estar ali! E aquele beijinho depois de uma grande noite de converseta?
Ter amigos dá muito trabalho, é verdade, but… who cares?