quinta-feira, novembro 17, 2005

E depois...

Depois desta fantástica aula de Direito, como não nada que fazer, uma vez que todos aqueles que espero para almoçar ainda estão a ter as suas aulas!!! EHEHEH!!! Resolvi passar por cá e deixar uma marca da minha existência: só para se lembrarem que o meu espírito de escrita aqui no blog continua activo. Ontem, ainda antes de poder falar com alguém depois do Teste de Micro senti-me feliz mas depressa me apercebi que era uma felicidade sem qualquer causa, uma vez que as maneiras alternativas de resolução dos exercício eram diferentes da minha. Como se tal não bastasse, durante a aula de estatistica de hoje percebi que 5 x 250 = 1000 (É verdade!!! Eu sou assim no que toca à matemática!!!), pelo que o unico exercicio que achava estar quase todo correcto, afinal não está!! Espero que a partir da hora de almoço o dia corra melhor, mas tenho as minhas dúvidas, afinal de contas vamos para a residência!!! Que bom!!! Até a uma próxima mas concerteza longínqua visita, Jtcs

segunda-feira, novembro 14, 2005

Parabéns M Inês!!!

Queria aqui expressar os meus votos de eterna felicidade à M Inês, Maria, Inês ou lá como ela se chama que fez 19 aninhos no dia 12 e proporcionou-nos alguns momentos de qualidade na sua festa algo sui generis...

PARABÉNS MARIA!!!

P.S.- Aproveito já agora para anunciar que se forem ao meu site estará um post bem mais giro e divertido que este...

domingo, novembro 06, 2005

Hoje a limonada é de graça



"A vida é demasiado curta para gastarmos uma parte preciosa a fingirmos" - Alfred de Vigny

Hoje a limonada é de graça

É uma esplanada sobre a praia. Lá ao fundo, o céu mistura-se com o mar numa linha no infinito, tão ténue, que parece que Deus só fez ainda o rascunho do horizonte, ao de leve, como a minha prof de Visual gosta que os desenhos sejam feitos. Ao de leve. Deus havia de ser um bom aluno!
E aqui estou eu, sentado numa destas cadeiras de madeira estalada pela maresia, cadeiras que conheço desde jovem. Ao balcão está um homem bonacheirão que fez a limonada que me agora mata a sede. Na mesa ao meu lado está um senhor com a perna cruzada que lê um jornal económico. Nas escadas de acesso à praia está um homem com ar desportivo que finta o mar com nostalgia no olhar. Somos os únicos que cá estamos pois as crianças que entram em grande balbúrdia vão logo para a praia apanhar os últimos raios de sol fortes, porque daqui a pouco começa a arrefecer.
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Aqui estou eu, como já estive antes. Muito antes. Há dez anos antes. Foi há exactamente dez anos que prometi aos meus amigos de sempre, no dia em que nos tivemos de separar, que cá estaria hoje à tarde. Cheguei muito cedo, pois queria ver como estava esta praia, esta esplanada, esta terra que me viu nascer. E valeu a pena. Está tudo igual, tal e qual eu deixei, tal e qual eu queria que estivesse.
No centro da praça ainda resiste o maior símbolo da minha juventude, um sobreiro que já existia antes desta povoação aqui se fixar. Reza a lenda que quando o tentaram cortar, os serrotes nem sequer lhe fizeram um arranhão e por isso não o chatearam mais.
O que ninguém sabe é que no ramo mais alto do sobreiro foi assinado um pacto entre mim e mais três jovens. Gastávamos o tempo a vivermos como irmãos, como amigos. Destilámos a cem por cento o sentimento amizade e pusemo-lo em prática. O nosso ponto de encontro era pois aquele sobreiro no meio da praça, que trepámos vezes sem conta. Foi na última dessas subidas ao sobreiro, que assinámos com o nosso próprio sangue o mais inocente e puro pacto do mundo. Pacto esse no qual nos declarávamos amigos para sempre e que estávamos ligados pela nossa amizade e pelo nosso sangue, que misturámos na nossa última noite, antes de assinarmos o pacto. A primeira coisa que fiz quando cheguei foi trepar esse sobreiro que tantas vezes me acolheu até chegar ao último ramo, e aí pude confirmar que as nossas assinaturas continuam lá, como se tivesse sido ontem a última subida ao sobreiro para se realizar o solene pacto de sangue.
O ponteiro pequeno está quase a tocar no quatro, que de tão desbotado já é só uma mancha. Já o era, quando olhei este relógio pela última vez, exactamente para combinar a que horas este encontro seria daí a dez anos. Hoje, por volta das quatro horas. São seis horas e nem sinal deles. Já devia contar com isso. Uma pessoa cresce e esquece-se do que prometeu em jovem. Mesmo assim, tive sempre esperança de que eles não esquecessem do pacto que está assinado com o nosso sangue no cimo do sobreiro. Tinha esperança de que eles não se esquecessem dos momentos que passámos juntos, das sovas que levámos dos nossos pais por nos escapulirmos à noite de casa para nos sentarmos no grande sobreiro a ver as estrelas. Mas ao que parece esqueceram-se. Azar, a vida continua.
" Quanto é a limonada?" — perguntei ao empregado que estava no balcão.
"Vi o que fez antes de vir para esta esplanada"- disse quem me atendeu no bar-"tal como todas as pessoas que estavam na praça o viram a subir o grande sobreiro."
" Sim, e depois?"- perguntei sem interesse nenhum- " Cá não é costume as pessoas subirem às árvores?"
" Não, pelo menos quando já são adultos. Todos as crianças que nascem nesta terra sobem pelo menos uma vez àquela árvore. É impossível qualquer criança, por menos enérgica que seja, não ser hipnotizada por aqueles ramos robustos e fáceis de trepar..."
O homem já não falava para mim. Falava sozinho, fixado na praia invulgarmente vazia a esta hora.
"Não, nenhum homem trepa aquela árvore e até tem vergonha de afirmar que já o fez em criança. Dantes havia um grupo de quatro crianças que fez daquela árvore o símbolo da amizade. Eram inseparáveis. Agiam como se fossem irmãos, gémeos até!"- continuava perdido na imensidão do oceano -"Toda a aldeia os conhecia. Havia gente que os via à noite em cima do grande sobreiro. Em cima do sobreiro que o senhor hoje trepou. Um dia tiverem de separar-se, já nem sei bem porquê. Dizia-se pela aldeia que tinham feito um pacto com Deus para nunca se separarem. Mas não, não foi com Deus que eles fizeram o pacto..." - reparo que o homem da mesa ao lado está atento ao que o empregado diz e o homem com ar desportivo chegou-se ao pé de nós- "foi com eles próprios e com a natureza que os quatro pactuaram. Sabe como é que eu sei isto?" - incrédulo por o homem saber do nosso pacto, reparo que o homem já não fala sozinho mas sim comigo. Respondo-lhe que não - "Eles juraram que passados dez anos da última noite juntos se encontrariam hoje aqui, nesta esplanada que na altura ainda era do meu pai..."
Não posso acreditar. Olho para os olhos do homem que fala..."E sei isto tudo J.P., porque eu próprio misturei o meu sangue com o teu, e também com o do Joãozinho, que tem estado ali sentado a olhar para o mar, e com o do Miguel, que não sei como é que ainda não descobriu que sou o David, que segundo ele, tinha o mar todo dentro dos olhos, do qual não perdi um gota" — os olhos azuis do homem. Os olhos do David - " Tenho estado aqui há espera que algum de vocês descobrisse que os outros "manos" já tinham chegado e que estavam mesmo ao vosso lado. Só quando o J.P. perguntou quanto era é que resolvi abrir a boca. Estou feliz por vos voltar a ver. Espero que agora não nos separemos, embora isso seja impossível, porque nas minhas veias corre o sangue de nós os quatro. Tenho estado desde o dia do nosso pacto a contar os segundos que faltavam para o dia de hoje chegar. Mas vieram e por isso te digo J, que hoje a tua limonada é de graça."

P.S.- Há memórias que estão guardadas nas gavetas esperando o melhor momento para as revelarmos. Esta sexta deu-me força para publicar o texto com que ganhei o 1º prémio de um concurso literário da minha secundária. Na altura escrevi-o em homenagem aos meus melhores amigos do 9º ano, tendo incluído-os como personagens. Hoje dedico-o aos meus amigos do secundário, que quando o escrevi ainda não eram amigos e hoje, apesar da distância, continuam a ser das pessoas mais importantes para mim.
Mas dedico-o principalmente a quem o fez tirar da gaveta. Para que esse alguém saiba (embora eu sei que sabe) que os nogats não são mais do que um "obrigado amigo" com sabor a amendoins e açúcar caramelizado.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Amargura

Dou por mim pensando em coisas tristes,
com uma banda sonora digna do momento...
Alucino cenas rebuscadas
embora perfeitamente plausíveis.
Não me cheira a queimado.
Ainda não foi desta que queimei os fusíveis.

Pego numa folha em branco e começo a preenchê-la.
Escrevo a primeira estrofe e soa-me bem.
Penso um pouco sobre o que escrever a seguir.
Apetece-me um bife do acém.

O ponteiro dos segundos manifesta-se regularmente.
Imagino comentários futuros a este texto...
(...) Em outras alturas, outras paragens, diziam que era o maior.
Tudo isso acabou, já conheço a imagem de cor.
(...) Entro com esperança de ver algo diferente.
"2005 é o renascimento... começa tudo de novo e tal!"
Tudo o que nos unia me parece distante e perdido,
um aqui, outro ali, ainda se chama de amigo.

Enchi mais de meia folha, mas já não quero mais.
Ninguém percebeu o que nos faz especiais.