quarta-feira, junho 07, 2006

Coisas da vida

Não sei bem se é destino, karma, ou qualquer uma dessas coisas, mas gosto de pensar que o que fazemos se repercute em nós no futuro. A experiência diz-me que isso é verdade e é exactamente por isso que raramente penso no futuro. O que fizermos hoje, é instrumental para o nosso futuro, por isso basta-me viver o hoje, o agora e o futuro determina-se a ele próprio através das minhas acções.
É claro que penso no futuro, mas penso sempre no que posso fazer agora para influenciar o futuro. Quando estou bem, é bom; quando estou mal gosto de curtir a neura até ao fim. Assim dou mais valor aos momentos bons, como este, em que escrevo, e penso no que todos vocês pensarão quando lerem isto.
A vida tem certos padrões, ciclos, que nos dão uma certa segurança em relação ao que acontecerá no futuro próximo. Quando há eleições, sei que vão construir parques para as avós passearem com os netos; quando há competições internacionais de futebol, sei que todos se tornam instantaneamente patriotas; quando como algo que já provei antes, tenho uma óptima previsão sobre o seu sabor, e é bom descobrir que estava certo, tal como também é bom sentir um sabor diferente e perguntar à minha mãe o que é que ela pôs de novo na comida (nesta altura, alguém se deve sentir homenageado).
São estas pequenas coisas em que penso diariamente, quando não está mais ninguém comigo, pelo menos não fisicamente. São estas pequenas coisas que me fazem pensar que o mundo vale a pena ser vivido.
Gosto de ver como as pessoas são diferentes. Gosto de ver um artigo que acho completamente horrível e deprimente, e saber que o Alves vai adorar lê-lo, assim como escreverá pelo menos dois posts sobre ele, separados por um ou dois dias, um a continuar o outro, que despoletarão uma enorme polémica e conversa cultural de alto calibre.
Gosto de ir na rua e pontapear uma tampa de iogurte líquido e saber que provavelmente o Jota teria uma fantástica utilização para ela nos escuteiros, inteligente, simples e rentável.
Gosto de me picar em alfinetes, de irritar a minha mãe, de mexer no cabelo das minhas manas, de recordar com saudosismo o grande 12º13, de me lembrar como a professora de História agoirava que um dia eu iria crescer e deixar de ser parvo, e esse dia ainda não ter chegado.
Gosto de começar a escrever com uma ideia, mas perder-me a meio do texto e divagar (é por isso que só dou títulos no fim).
Gosto de olhar o mundo da minha varanda e cagar sentenças sobre tudo e todos como se fosse o maior e imaginar que realmente tenho razão.
Quanto ao futuro, não faço ideia, mas será sem dúvida interessante descobrir o que acontecerá.

3 comentários:

JP disse...

Como é que eu hei-de perceber alguma coisa se tu próprio admites que te perdes e começas a divagar?
Não percebi bem isso do futuro mas acho que não concordo contigo!
P.S.- Agora o que está na moda é aproveitar as argolas de uns certos porta-chaves para fazer outros porta-chaves!!!

Colombianita disse...

Eu gosto de pensar no futuro, fazer planos, porque sei que quase nunca vao acabar por ser como eu planeei. Este ano tem sido assim...cheio de surpresas...umas boas, outras mas. Gosto de viver como os alcolicos anonimos: um dia de cada vez. Porque nunca sabemos o k ha de vir...mas eu ca nao me importo..se soubesse o k havia de vir, seria uma seca enorme.

hcg disse...

Leste os comments e partiste-te a rir, né? Tem a sua piada, concordo (não é piada de gozar, mas sim a piada de ver como cada pessoa recebe a mensagem). Quanto ao post, odeio ser obrigado a pensar no futuro, pois dessa forma perco o presente. Mas sei que se não o fizer, lixo-me à grande no futuro e que o meu presente do futuro será uma bosta. Confuso, não é? Só o passado é que é simples, porque já aconteceu. Fala aí do nosso destino que este tópico ainda tem muito que se lhe diga. ;-)