segunda-feira, março 20, 2006

Amor

Apraz-me hoje falar-vos sobre o amor. Afinal o que é isso? Será que alguém sabe? Com certeza que sim. Será que eu sei? Tenho umas luzes. Será que vos vou conseguir explicar? Isso agora...
Dada a magnitude do tema, começo por vos deixar algumas opiniões de colegas tão ou mais credenciados que eu para falar de amor. Usei apenas as partes que achei importantes mas deixo-vos os links para os textos originais para se vos apetecer codralhar.
"O amor é uma forma de guerra. Joguinhos e estratégias, não revelar tudo para manter uma aura de mistério à nossa volta, "fazer-se difícil", impor respeito..." by _ArchAngel_ in http://patuscadadeamigos.blogspot.com/2006/03/o-amor.html
"... enquanto que o amor, mesmo que tu nunca ouvisses falar dele, um dia, ele "batia-te a porta", um dia irias ter um sentimento que nunca ouviste falar mas que existe... escusado será dizer que a mesma regra se aplica em relação ao ódio. Agora, em relação ás origens, imagina que te perguntam: "Porque amas aquela pessoa?" e tu começas a dar uma lista infindável de atributos fisicos e psicológicos da pessoa que amas, ora, é exactamente daí que vem o amor, dessa lista, dessa quantidade de coisas que te atrai imenso em relação a essa pessoa, tudo isso, todas essas coisas que vocês gostam um no outro faz com vocês se amem... é daí que ele vem... Agora, propósitos. Porque é que o amor existe? Bem... olha... não sei... se calhar porque o mundo seria um caos sem ele... ou então, em termos biblicos, o homem foi feito para a mulher e a mulher foi feita para o homem não é assim? Então secalhar era bom que existisse uma coisa que os unisse.... sei la... por exemplo... o amor não?!" by mr.nobody in http://www.blogger.com/comment.g?blogID=13923107&postID=114193777891100303 - comment number 10
"essa questão do amor não é bem assim (amor da mente versus amor do coração) mas ralmente o tópico não é para aqui chamado. Estava só a dar um exemplo... não sabes o porquê do amor mas acreditas. Não sei o porquê de Deus, mas acredito. Afinal qual é o problema?... os animais andam unidos e, segundo estudos científicos, não se pode considerar que sintam amor: só cio. Porque somos nós diferentes?" by hcg in http://www.blogger.com/comment.g?blogID=13923107&postID=114193777891100303 - comment number 11
O que é afinal esse tal de Amor? Ao longo dos tempos muitos homens, alguns bem mais sabedores do que eu se debruçaram sobre o tema. Alguns sentiam-se tão afastados da verdadeira compreensão do conceito que decidiram dizer que a sua origem é divina, atribuindo a sua génese a Cupidos, Afrodites e outros que tais que tinham o dom de o fazer despontar em qualquer um. Outros diziam que é "...fogo que arde sem se ver..." uns matam-se por ele, outros matam por ele, outros vivem sem ele, outros blá blá blá...
Eu não sei. Nunca o senti, pelo menos não aquele dos filmes, aquele que parece que é à primeira vista, que nunca acaba, que é tão forte que tolda o raciocínio (quem quiser informe-se sobre inteligência emocional que sempre aprendem qualquer coisinha), enfim... Esse não sei, mas posso falar-vos de outros. Amo o meu pai, a minha mãe, o meu irmão, os meus sobrinhos, a Sofia, a Ruiva, a Maria, o meu gato... no outro dia até me apercebi que amo o Jota (quem quiser debater este último tópico comigo em privado está à vontade para me abordar nesse sentido; terei todo o prazer do mundo em esbofetear-vos se se puserem com parvoíces sobre homossexualidade - há alturas para ser parvo e outras para não ser e não não tenho alfinetes, por isso não, não me pico.). A questão é que há muitos amores, assim como há muitos tipos de amor. A minha mãe quis casar-se com o meu pai pela igreja após 27 anos de casamento pelo civil. Eu tentei demovê-la, o meu irmão também, até mesmo o meu pai - foi tudo escusado, casou na mesma. Quem conhecer o meu pai sabe que isso só pode ser amor... (sorry daddy, I love you very much).
Quanto às origens, em última análise, e abstraindo-me de toda e qualquer lamechice, posso dizer que o amor existe porque as pessoas são egoístas. Passo a explicar: quem me conhece talvez já me tenha ouvido falar sobre a famigerada teoria cujo nome desconheço, que diz que nenhuma acção humana é desprovida de egoísmo. Isto significa simplesmente que não há altruísmo, que tudo o que fazemos é devido ao nosso próprio interesse. Mesmo aquelas vezes em que fazemos algo por alguém sem recompensa imediata (aquele dia em que perderam uma hora de baile de finalistas porque ela estava tristinha, quando se baldaram à aula não sei de quê para procurar a gata dele) quando abraçaram o vosso amigo/a e o/a deixaram chorar no vosso colo, tudo isso, foi feito com a esperança não tão vã quanto isso, que um dia farão o mesmo por vós.
Será que isto faz sentido? Talvez. Será que acredito nisto com todas as forças do meu ser? Nem por isso, mas gosto bué de falar desta teoria (pareço bueda culto).
Nunca disse a ninguém "Amo-te!", mas espero dizer um dia. Nunca disse, porque nunca o senti, pelo menos não com intensidade suficiente para proferir a palavra. Nunca o disse porque nunca fui embebido dessa emoção que dizem que cura todos os males, que o dinheiro não pode comprar, que é a razão de tudo e todos, cuja fronteira com o ódio é ténue...
Quinhentos e trinta e um mil, quatrocentos e setenta e oito clichés depois, posso dizer-vos que um dia, algo longíquo acho eu, estarei habilitado para falar disto, e talvez o faça. Até lá, digo-vos o mesmo que disse ao _ArchAngel_, querem saber o que é o amor? Um sr. tinha um cão que estava muito doente. Quando foi com ele ao veterinário o doutor disse-lhe que o cão tinha lombrigas no intestino que o estavam a comer de dentro para fora e que ele iria certamente morrer. O sr. chegou a casa e meteu mãos à obra, que é como quem diz meteu a mão pelo cu do bicho acima e começou a sacar as lombrigas cá para fora. Demorou a noite inteira, mas acabou por conseguir tirá-las todas. O cão acabou por viver mais que o dono. Isso é amor.

7 comentários:

JP disse...

Ainda não li o post (fá-lo-ei daqui a pouco), mas não teres dado tempo ao meu post de ser comentado irritou-me!!! Ainda por cima era sobre a melhor cambalhota de Paço de Arcos!!!

Anónimo disse...

eu tenho a dizer que essa tua teoria tb é uma das minhas grandes dúvidas existenciais.. mas é melhor n pensarmos assim, nao é saudável ;)

JP disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
JP disse...
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a_mais_linda disse...

vermos os outros felizes faz-nos felizes, daí que fazermos tudo para que estejam bem é um acto egoista, porque no fundo tudo o que queremos é sentirmo-nos bem....

JP disse...

Correndo o risco de apagar novamente o comment, vou comentar na mesma: Não concordo com muito do que escreveste e, sabendo eu que é um direito teu achares o que te bem apetecer, faz-me confusão como é que podes acreditar em certas coisas do que escreveste. Ao dizeres que perdeste uma hora do teu baile de finalistas à espera que um dia ela te retribua o favor... É que não me chateia, é pior: faz-me perguntar se vale a pena...

Anónimo disse...

Não quero pensar que sei definir amor, tal como não sei exprimir o que sinto. Por isso, sei que não consigo distinguir o que é amor do que me causa uma boa sensação. Não vou pensar no como me sinto, mas sim desfrutar da sua essência.