segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Já não há heróis? - Sangoku



Sangoku – a condição que o Tartaruga Genial impôs para ensinar na melhor faculdade de economia do mundo foi que o seu jovem pupilo o acompanhasse. O reitor achou que é pior aturar um super-herói aborrecido do que dois satisfeitos, além de que a experiência de abrigar as quatro tartarugas ninja não foi propriamente difícil, tirando o aumento de propinas para pagar a conta à pizzaria do El Corte Inglês, por isso aceitou. E pronto, assim como quem não quer a coisa tínhamos uma das maiores lendas de desenhos animados à nossa frente a ensinar-nos as maravilhas das organizações! Para se disfarçar cortou o pujante cabelo, estando agora disfarçado com uma careca de se lhe tirar o chapéu (perceberam a piada? Careca…chapéu… tirar o chapéu à careca!!! Que trocadilho fantástico!). Durante as aulas tem o péssimo costume de falar para o chão e para as paredes, um hábito certamente ganho na incessante busca das bolas de cristal que o libertariam do jugo do malvado Tartaruga, fazendo com que não se perceba metade do que diz. Como já não faz “ká-mê-á-mês” há muito tempo gasta a sua energia a andar de um lado para o outro como se tivesse bicho carpinteiro nos pés, o que sempre dá alguma animação à cena pois parece que estamos a assistir a um jogo de ténis em Roland Garros. Devido às baixas médicas dos alunos a queixarem-se de tonturas e torcicolos, o Tartaruga já o convidou umas quatro vezes para dar aulas em vez dele, já que o palco do A14 é maior e por isso a cadência seria mais lenta, mas aí o Sangoku empoleirava-se no canto do palco como querendo atirar-se dali, e embora o metro que o palco dista do chão não causasse nenhum mal de maior, era sempre angustiante para nós vê-lo naquela situação. O que talvez demonstra o seu maior génio é a sua capacidade infinita de decorar todos os nomes de toda a gente e depois, à imagem do seu mestre, conseguir envergonhar qualquer um que chegue um pouco mais atrasado à sua aula. Tem ainda o requinte de pedir a alguns que participem nas suas aulas e depois premeia-os com palavras doces como “abéculas”, “broncos” e “flores”, o que é sempre reconfortante de ouvir, tal como a história de que os trabalhos em que gastámos horas de sono vão ajudar a pegar fogo na lareira do seu refúgio alentejano, sendo que os trabalhos mais pequenos ajudam a pegar fogo aos maiores que, como têm mais palha, dão brasas para umas longas horas. Como é do conhecimento geral, nada entusiasma mais um aluno do que a visão do seu trabalho a arder em lume brando, enquanto a gordura de um bom chouriço alentejano a assar por cima vai alimentado o fogo. Mal acaba um, “HUPS!!!, lá vai outro para queimar”! Que reconfortante…

4 comentários:

Tigas disse...

Gosto muito do Sangoku! É um tipo diferente de herói, pelo seu estilo, abordagem,e porque quando era pequenino, era tão ou mais bronco do que nós, daí que quando nos injuria, subconscientemente, abraça-nos, porque sabe que somos todos uns malucos.

Fixe disse...

Ainda por cima Sangoku já se transformou em Super Sayan Marketing mas perdeu o contributo do seu mestre Tartaruga Genial. É caso para dizer: não percam o próximo semestre porque nós... também não!

Anónimo disse...

Bolas, esqueci-me de queimar os trabalhos! (mas como ainda estão no jipe, sempre posso aproveitar... ou será melhor fazer barquinhos de papel? Sempre os posso por a boiar no riacho)

JP disse...

Cheira-me que o Sangoku nos anda a espiar!!!
Acho melhor precaver-me porque não vou passar a Marketing!!!