segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Já não há heróis? - Homem-Aranha



Homem-Aranha - esqueçam a gosma que ele deitava a torto e a direito sobre as ruas de Nova Yorque, certamente fruto de uma aventura de sua mãe, equilibrista no Circo Chen, com o homem que vendia algodão doce nos intervalos do espectáculo! Temos de ir ao passado deste super-herói para encontrar as semelhanças com o assistente que agora tenta esquecer o seu passado ensinando os alunos a usarem a Normal a torto e a direito. Pensem… quem vosso conhecido é igual ao Peter Parker? Ar calmo e jovial, tímido mas trabalhador, este super-herói lá vai tentando acalmar a revolta dos alunos contra a ira de Cyclops, para a qual o Jacinto contribuiu ao chegar atrasado ao último exame da disciplina. Na verdade, ele foi um dos super-heróis que mais vidas salvou no mundo. Topei logo que era ele quando teve um pequeno deslize, imperceptível a quem realmente tentava resolver o problema dos hambúrgueres cujo peso seguia uma Normal, mas logo topado por mim, que há muito tinha desistido de tal façanha. Pude então captar os sinais de uma alma apavorada por não poder socorrer a mais uma aflição, certamente vinda da Reitoria, onde o reitor falhava pela 56384ª vez a conjugação do verbo to be: a meio da resolução do dito exercício, Peter Parker pára, volta-se para a janela, vai até ela, abre-a, chega a debruçar-se, mas depois volta para trás percebendo o seu erro. Alguns alunos, assustados com a previsão de um suicídio (se bem que a queda de meio metro do rés do chão quanto muito levaria algumas das orquídeas do canteiro desta para melhor), olharam petrificados o desenrolar da cena. Algo que Peter Parker também nunca conseguiu largar foi aquele jeito que ganhou quando se empoleirava na antena do Chrysler Building para avistar os Maus, reproduzindo-o agora elevando a perna direita para cima da cadeira, e pondo a mão em cima do joelho, quando o seu pensamento está mais preocupado com a função potência que em disfarçar pequenos tiques do tempo de super-herói. Se por um bocado estivermos atentos ao que diz, percebemos logo que aquela máscara horrorosa lhe causou danos colaterais para o resto da vida: o seu falar cantado e melodioso em “se tivermos quarto boolas, e uuma está num saaco e as outraas nouutro…” faz-nos logo lembrar a respiração ofegante do herói nas telas de cinema, recebendo o beijo da amada enquanto estava pendurado na corda da roupa da vizinha! Bons tempos…

1 comentário:

a_mais_linda disse...

Este merece ser comentado...desde pequena que o meu super-herói favorito sempre foi o homem-aranha, não sei bem porque, seria o facto de subir paredes, ou a aparente fragilidade do peter parker, não sei. No passado semestre, enquanto todas as minhas amigas Mais gozavam com este assistente, fosse pelo seu falar cantado, ou pelas suas piadas falhadas, eu sentia uma imensa simpatia por ele, admirava-o, queria gritar ao mundo que de todos os assistentes ele era o meu favorito. Ninguem percebia esta minha atitude, nem eu mesma, mas hoje por tua causa, eu vi a luz...é claro, sem saber eu já reconhecia nele o super-herói que me acompanhou durante a infância, como poderia eu não simpatizar com ele? Obrigada por esta revelação...agora tudo faz sentido!!