quarta-feira, julho 04, 2007

Saudades

Não consigo fazer o que queria.
Não sou altruísta, como pensava.
Sinto isto de noite e de dia e
lembro-me daquele dia em que chorava.
Fiquei contente por não ter vergonha!
Por conseguir finalmente verter
as lágrimas que ninguém estranha,
quando o momento justifica sofrer.

No dia seguinte, o acordar,
foi mais do que do sono, acordar para a vida.
Senti o peito a latejar,
a minha alma, dorida.
Sentei-me e rendi-me
- ouvi e de novo chorei.
Inundei-me do queixume
até que os múrmurios e soluços sair, deixei.

Nunca estive pior,
mas a realidade encaro:
vivi o que há de melhor;
daí que o preço a pagar seja tão caro.

Sinto-me sozinho, fraco e cansado.
Sem saber bem como lutar.
Estou farto de estar amargurado:
tenho saudades minhas, quero voltar.

As horas e dias vão passando
lentamente, vai passando.
O tempo tudo vai curando
a chama extingue-se, ardendo.

Pergunto-me como matar
esta paixão que tenho cá dentro.
Sinto, depois de já não pensar
aquilo que no fim, me dá sempre alento.

Um dia serei mais forte,
orgulhoso por ter vencido
aquilo que causou a morte
do que até hoje me foi mais querido.

Estarrece-me a tua segurança,
a frontalidade com que afirmas
que um dia voltará a bonança;
convences-me que há por aí, mais irmas.

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