Descubro coisas novas com o passar do tempo, muitas delas surpreendentes. Descubro pessoas e as suas ideias, os seus motes, as suas pancas. Não conheço necessariamente pessoas novas, mas começo a conhecer algumas delas, apercebo-me que afinal não conheço tão bem como pensava algumas, e ainda que elas também não me conhecem tão bem como eu pensava.
Dizem que precisamos de conversar, e apesar de ser verdade, a maneira como o dizem faz-me crer que os seus motivos não são iguais aos meus. Surpreendem-se com as minhas atitudes, as que me começam a conhecer, pela positiva; outras, nem tanto.
Tento falar com algumas delas, mas aparentemente o momento não é oportuno. Fica então a conversa em suspenso, como aquelas nuvens que quando olho pela janela me fazem pensar "Epah... se calhar vai chover. Não me apetece levar o chapéu-de-chuva... Que se lixe, se chover molho-me! A água nunca fez mal a ninguém!", (normalmente acabo por meter o chapéu na mala).
Formulo teorias, imagino programas futuros, revejo os passados. Tudo me faz lembrar daquelas palavras "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.". Se tivesse a arte de Camões, não só me explicava bem, como ainda rimava; como ainda não descobri como aplicar a minha zarolhice à escrita, sai algo bem ao meu estilo e gosto "explícito mas cheio de significados escondidos" como um dia alguém disse [psststststtsts (para quem não chegar lá, é o sibilar de uma cobrinha)].
O cheesecake sai quase perfeito (uns dizem que é paixão), e apercebo-me que o meu recente estado de calma-melancólico-depressiva-introspectiva-altamente-litarário-producente (há quem diga que é TPM) se deve à repartição de energia com mais pessoas, mais diferentes. Tendo mais recipientes pelos quais reparti-la, em vez de acontecer o lógico, que era cada um deles conter menos, o que acontece é que ela muda de forma, de cor, de código, o que faz espécie a alguns...
Faz parte da natureza humana temer o que não se conhece, mas já dizia Camões: "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.".