terça-feira, fevereiro 28, 2006

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...

Descubro coisas novas com o passar do tempo, muitas delas surpreendentes. Descubro pessoas e as suas ideias, os seus motes, as suas pancas. Não conheço necessariamente pessoas novas, mas começo a conhecer algumas delas, apercebo-me que afinal não conheço tão bem como pensava algumas, e ainda que elas também não me conhecem tão bem como eu pensava.
Dizem que precisamos de conversar, e apesar de ser verdade, a maneira como o dizem faz-me crer que os seus motivos não são iguais aos meus. Surpreendem-se com as minhas atitudes, as que me começam a conhecer, pela positiva; outras, nem tanto.
Tento falar com algumas delas, mas aparentemente o momento não é oportuno. Fica então a conversa em suspenso, como aquelas nuvens que quando olho pela janela me fazem pensar "Epah... se calhar vai chover. Não me apetece levar o chapéu-de-chuva... Que se lixe, se chover molho-me! A água nunca fez mal a ninguém!", (normalmente acabo por meter o chapéu na mala).
Formulo teorias, imagino programas futuros, revejo os passados. Tudo me faz lembrar daquelas palavras "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.". Se tivesse a arte de Camões, não só me explicava bem, como ainda rimava; como ainda não descobri como aplicar a minha zarolhice à escrita, sai algo bem ao meu estilo e gosto "explícito mas cheio de significados escondidos" como um dia alguém disse [psststststtsts (para quem não chegar lá, é o sibilar de uma cobrinha)].
O cheesecake sai quase perfeito (uns dizem que é paixão), e apercebo-me que o meu recente estado de calma-melancólico-depressiva-introspectiva-altamente-litarário-producente (há quem diga que é TPM) se deve à repartição de energia com mais pessoas, mais diferentes. Tendo mais recipientes pelos quais reparti-la, em vez de acontecer o lógico, que era cada um deles conter menos, o que acontece é que ela muda de forma, de cor, de código, o que faz espécie a alguns...
Faz parte da natureza humana temer o que não se conhece, mas já dizia Camões: "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.".

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Chegou o carnaval

Chegou o carnaval e com ele as piadas, risos e partidas de milhões de crianças espalhadas por todo o mundo. Não tivéssemos nós em idade de perceber que brincadeiras com balões de água, fitinhas, foguetes, entre outros, já nos ultrapassam, acabamos sempre por alinhar em jogos pela felicidade contagiante com que estes fedelhos nos atingem, afinal, conseguimos sempre arranjar uma desculpa, por mais pequena que seja, para nos juntarmos às palhaçadas dos mais novos, quanto mais não seja para nos tentarmos aproximar das suas educadoras que, desesperadas de tanto reboliço, acabam por aceitar a ajuda de um qualquer estranho que consiga entreter as criancinhas. No fundo sabemos que todas acabam por se cansar e que o tão esperado fim de dia se aproxima, depressa tudo voltará ao normal, para a mesma rotina de sempre.

Já não há heróis? - Homem-Aranha



Homem-Aranha - esqueçam a gosma que ele deitava a torto e a direito sobre as ruas de Nova Yorque, certamente fruto de uma aventura de sua mãe, equilibrista no Circo Chen, com o homem que vendia algodão doce nos intervalos do espectáculo! Temos de ir ao passado deste super-herói para encontrar as semelhanças com o assistente que agora tenta esquecer o seu passado ensinando os alunos a usarem a Normal a torto e a direito. Pensem… quem vosso conhecido é igual ao Peter Parker? Ar calmo e jovial, tímido mas trabalhador, este super-herói lá vai tentando acalmar a revolta dos alunos contra a ira de Cyclops, para a qual o Jacinto contribuiu ao chegar atrasado ao último exame da disciplina. Na verdade, ele foi um dos super-heróis que mais vidas salvou no mundo. Topei logo que era ele quando teve um pequeno deslize, imperceptível a quem realmente tentava resolver o problema dos hambúrgueres cujo peso seguia uma Normal, mas logo topado por mim, que há muito tinha desistido de tal façanha. Pude então captar os sinais de uma alma apavorada por não poder socorrer a mais uma aflição, certamente vinda da Reitoria, onde o reitor falhava pela 56384ª vez a conjugação do verbo to be: a meio da resolução do dito exercício, Peter Parker pára, volta-se para a janela, vai até ela, abre-a, chega a debruçar-se, mas depois volta para trás percebendo o seu erro. Alguns alunos, assustados com a previsão de um suicídio (se bem que a queda de meio metro do rés do chão quanto muito levaria algumas das orquídeas do canteiro desta para melhor), olharam petrificados o desenrolar da cena. Algo que Peter Parker também nunca conseguiu largar foi aquele jeito que ganhou quando se empoleirava na antena do Chrysler Building para avistar os Maus, reproduzindo-o agora elevando a perna direita para cima da cadeira, e pondo a mão em cima do joelho, quando o seu pensamento está mais preocupado com a função potência que em disfarçar pequenos tiques do tempo de super-herói. Se por um bocado estivermos atentos ao que diz, percebemos logo que aquela máscara horrorosa lhe causou danos colaterais para o resto da vida: o seu falar cantado e melodioso em “se tivermos quarto boolas, e uuma está num saaco e as outraas nouutro…” faz-nos logo lembrar a respiração ofegante do herói nas telas de cinema, recebendo o beijo da amada enquanto estava pendurado na corda da roupa da vizinha! Bons tempos…

Já não há heróis? - Sangoku



Sangoku – a condição que o Tartaruga Genial impôs para ensinar na melhor faculdade de economia do mundo foi que o seu jovem pupilo o acompanhasse. O reitor achou que é pior aturar um super-herói aborrecido do que dois satisfeitos, além de que a experiência de abrigar as quatro tartarugas ninja não foi propriamente difícil, tirando o aumento de propinas para pagar a conta à pizzaria do El Corte Inglês, por isso aceitou. E pronto, assim como quem não quer a coisa tínhamos uma das maiores lendas de desenhos animados à nossa frente a ensinar-nos as maravilhas das organizações! Para se disfarçar cortou o pujante cabelo, estando agora disfarçado com uma careca de se lhe tirar o chapéu (perceberam a piada? Careca…chapéu… tirar o chapéu à careca!!! Que trocadilho fantástico!). Durante as aulas tem o péssimo costume de falar para o chão e para as paredes, um hábito certamente ganho na incessante busca das bolas de cristal que o libertariam do jugo do malvado Tartaruga, fazendo com que não se perceba metade do que diz. Como já não faz “ká-mê-á-mês” há muito tempo gasta a sua energia a andar de um lado para o outro como se tivesse bicho carpinteiro nos pés, o que sempre dá alguma animação à cena pois parece que estamos a assistir a um jogo de ténis em Roland Garros. Devido às baixas médicas dos alunos a queixarem-se de tonturas e torcicolos, o Tartaruga já o convidou umas quatro vezes para dar aulas em vez dele, já que o palco do A14 é maior e por isso a cadência seria mais lenta, mas aí o Sangoku empoleirava-se no canto do palco como querendo atirar-se dali, e embora o metro que o palco dista do chão não causasse nenhum mal de maior, era sempre angustiante para nós vê-lo naquela situação. O que talvez demonstra o seu maior génio é a sua capacidade infinita de decorar todos os nomes de toda a gente e depois, à imagem do seu mestre, conseguir envergonhar qualquer um que chegue um pouco mais atrasado à sua aula. Tem ainda o requinte de pedir a alguns que participem nas suas aulas e depois premeia-os com palavras doces como “abéculas”, “broncos” e “flores”, o que é sempre reconfortante de ouvir, tal como a história de que os trabalhos em que gastámos horas de sono vão ajudar a pegar fogo na lareira do seu refúgio alentejano, sendo que os trabalhos mais pequenos ajudam a pegar fogo aos maiores que, como têm mais palha, dão brasas para umas longas horas. Como é do conhecimento geral, nada entusiasma mais um aluno do que a visão do seu trabalho a arder em lume brando, enquanto a gordura de um bom chouriço alentejano a assar por cima vai alimentado o fogo. Mal acaba um, “HUPS!!!, lá vai outro para queimar”! Que reconfortante…

Já não há heróis? - Jesus



Jesus – Não sei até que ponto é que o Messias pode ser considerado um super-herói, mas quem multiplica peixe e pão como quem calça umas peúgas, além de curar uns coitadinhos, certamente não prima pela normalidade. Acontece que Jesus, depois de andar a dizer a toda a gente que afinal a sua morte tinha sido adiada para outras núpcias, não foi nada juntar-se ao Pai como dizem as sagradas escrituras. Essa é de longe a história mais bem guardada pelo Vaticano mas que eu vou desvendar em primeira mão e ganhar mais guita que o tipo do “Código DaVinci”, o suficiente para deixar de estudar e dedicar-me exclusivamente a escrever post’s estúpidos até à eternidade. Jesus Cristo é assistente da NOVA!!! Há séculos que o FBI, a CIA, o KGB, o SIS, a PJ, o SLB, o IRS e o STOP, entre outros, se juntaram para decidir como esconder Jesus, alvo do seu mediatismo. Como a protecção dos outros super-heróis estava a correr bem, mandaram-no para a NOVA, onde lá acharam que teria jeito para ensinar os alunos a socorrer a Inês que é muito gulosa por gelados e brigadeiros, ou o Nelo que só vive de lixo e de cd’s, tudo estudos de casos recorrentes na sociedade e interessantíssimos do ponto de vista microeconómico. Mas talvez Jesus tenha sido o super-herói mais difícil de disfarçar. Primeiro teimou em não cortar a barba. Depois ensina magia nas aulas, como fazer de um simples 2 um bonito cisne. Isto sempre com um ar cool, de quem não tem muito a perder, o que conhecendo a história dele até é compreensível. A todos os que o aconselharam a mudar para não dar tanto nas vistas ele ameaçava dizendo que se ia queixar ao pai dele, o que normalmente não costuma surtir efeito em ninguém, mas sendo o pai de Jesus quem é, todos pensaram duas vezes e perceberam que o custo de oportunidade era alto demais para insistirem com ele. A ligação entre Jesus e a Super-Tia nunca foi bem esclarecida, mas parece-me que volta e meia ele trazia-lhe uns saquinhos de chá dourado da sua terra natal, Belém, comprados numa lojeca ali ao lado do Mosteiro dos Jerónimos como quem vai para o estádio do Belenenses, e ela como paga lá lhe ensinava a repartir o pão sem se encher de farinha e a beber vinho sem ficar com pingos na barba, porque ao que parece não é nada bem e depois a Maria Madalena tinha um trabalhão a esfregar aquilo à mão, já que as nódoas de vinho tinto são uma chatice para tirar. A Tia, a troco de umas aulas extra de como chumbar 487 alunos só com 300 inscritos, proibiu-o de nos ensinar a macumba que transforma o caderno de exercícios em necessaires da Cartier, e por isso ficámos todos mais um semestre a ver se aprendíamos a resolver o problema de obesidade mórbida da Inês ou do mau-cheiro do Nelo, visto que a microeconomia em nada pode ajudar o Jacinto.

Já não há heróis? - Batman



Batman – Só nos dava uma hora e meia semanal, mas que com os seus super poderes fazia parecer que eram nove e meia, tal era a nossa ânsia para mandar o Código Civil às urtigas e correr para a aula da Tia! Prometeu dar uma ajudinha ao Super-Homem e, diga-se de passagem, se não fosse ele ainda estaríamos por esta altura a tentar perceber o que entende o Super-Homem por coercibilidade, dada a sua mania de complicar o que os deuses queriam que fosse simples. Entrava na sala de aula e cumprimentava-nos com a sua voz de quem canta num coro gregoriano aos domingos de manhã no mosteiro de Alcobaça, aproveitando toda a experiência ganha na sua gruta para chamar o criado, enquanto olhava para as suas mil televisões: “BooOOooOOoom DiIIIiiIiiAaA”. E depois seguiam-se cerca de oito horas de divagação, entre as quais alguns de nós aproveitavam para fazer composições de espanhol, limpar o estojo, gritar cerca de 34 vezes “Ai que SECA! Alguém tem pastilhas?”, contar anedotas via SMS, etc. Impávido e sereno, Batman continuava a sua exposição do fascínio do Direito subjectivo, do Francisco que devia 50 escudos à Maria (como se hoje alguém devesse 50 escudos a alguém!!! Que ridículo: nem é por já não haver escudos, é porque no país mais endividado da Europa, dever 0,25 cêntimos a alguém é uma boa razão para se ser preso preventivamente por possíveis ofensas aos símbolos nacionais, enquanto se estuda o processo!), do Jacinto que chegava atrasado ao Exame de Estatística, já não podendo calcular a probabilidade de saírem 56,7 bolas vermelhas e duas cor-de-burro-quando-foge, ocorrendo num acto jurídico ilícito. Nunca vimos o seu Batmobile, mas suspeito que, ao tocar-se a 7ª sinfonia em Fá bemol de Beethoven no piano do A14 (por que outra razão eles está lá aquele mastronço?) surge do chão um elevador que o leva para a caverna que escavou durante 789 anos antes de encarnar em assistente. Os seus aposentos estou certo que se situam atrás daquela porta branca entre o segundo e o terceiro piso, que já abri duas vezes mas que o cheiro a cocó de morcego (que se chama guano e é um óptimo fertilizante…) fez-me recuar no meu objectivo. Toda a gente sabe que Bruce Wayne era um erudito nas mais variadas matérias: sabia física, literatura, arte, química, mecânica, culinária, antropologia, sonoplastia, urologia, ballett, entre outras. Desta vez resolveu brindar-nos com o Direito, a mãe de toda a civilização!

Já não há heróis?´- Tartaruga Genial



Tartaruga Genial - talvez o mais acarinhado dos super-heróis pela classe estudantil, tendo recebido inúmeros prémios como o de melhor professor de Gestão, pela sua capacidade ilimitada de aturar velhas chatas e loiros impertinentes a pedir que deixe de dar matéria mas que diga mas é o que afinal sai no exame que isso é que interessa para ter um canudo e não saber as 345,7 teorias de liderança constantes no calhamaço escrito pelo próprio. Tal como nos desenhos animados que o tornaram famoso, este super-herói passeia-se com os eternos óculos aro de tartaruga com os quais leva à loucura congressistas estrangeiras que se cruzam no seu caminho. Tal como com o Sangoku, este super herói tem uma capacidade fantástica de criar uma empatia junto dos alunos, que lhe perdoam depois a inflexibilidade na avaliação, onde não sobe nem uma milésima. Durante o semestre mostrou uma vivacidade fantástica às 8h e uma capacidade de humilhar alunos acima do normal, convidando os alunos que chegavam às 8h01 a sentarem-se na primeira fila e a apresentarem-se ao auditório, género sessão dos Alcoólico Anónimos: "Olá, eu sou o Jacinto e atrasei-me a apanhar o 58". Ao que parece resultou, pois na segunda aula eram visíveis as tendas tipo igloo montadas junto da Reitoria para que os seus ocupantes não chegassem atrasados. Mesmo assim, poucos eram os que não se derretiam com a sua simpatia e exposição pela segunda vez dos 674 casos que já nos tinha apresentado no ano passasdo em Introdução à Empresa, ficando muito admirado quando se apercebia que já os conhecíamos, embora tentássemos não o mostrar. Os seus sábios ensinamentos serão perpetuados por milhares de pequenos gestores, que inspirados nos 4 modelos de Mudança Organizacional, nos 98564 modelos de Liderança, nos 3 modelos de Motivação e outros tantos de Satisfação, entre outros, irão revolucionar o panorama empresarial português, quiçá mundial. Quando isto acontecer, Tartaruga Genial poderá então pedir a reforma, dedicando-se a escrever mais calhamaços enquanto come amendoins. E aí sim, será feliz!

Já não há heróis? - Super-Tia



Super-Tia - esta simpática heroína não é aceite por todos como um verdadeiro ser com super-poderes, mas há quem não imagine a sua vida sem a sua existência. O seu olhar gracioso eternece qualquer um que com ela privasse, e o seu encolher de ombros simultaneamente com um inspirado fechar de olhos era um sinal de que Deus andava por perto. Muito chá passou nos seus exemplos de cabazes a que um qualquer reles ser acrescentava colher de açúcar feito parvo para descobrir que eram bens complementares, quando a Tia sabia perfeitamente que ninguém de bem põe açúcar no chá. Mas enfim, ela estava a leccionar para parolos e não para a high society, tipo o sermão do padre António Viera aos peixes, por isso não fazia mal. Ela sabia que, no fundo, no fundo, o que era preciso era levar a maximização de utilidade àquelas pobres almas para a salvação das suas almas. Nós depois que minimizassemos o custo de sermos tamanhamente burros, o que nem todos conseguiram fazer, estando agora muito contentes por ver aquilo tudo de novo. Mesmo sabendo que o futuro de nós era a perdição na parte teórica, era com uma energia inabalável que a Tia dava as suas aulas. Não foram poucas as vezes em que, depois de um "Olhem para aqui...", ficava a olhar pensativamente para o slide em questão e depois exclamava "Mas isto está tudo errado!". Sendo a Tia quem fazia os slides, a resposta era um invariável encolher de ombros e fechar de olhos, perdoando-la nós naquele mesmo instante, tal era o impacto daquele gesto nas nosssa mentes. Um dos seus maiores deslizes no disfarce era a sua frequência para apontar para o monitor, dizendo "Vejam aqui...", esperando que o seu toque no monitor fosse projectado pelo data-show, como outrora conseguia fazer. Este gesto, quano se apercebia, acabava invariavelmente num "Ai que disparate!" e o mundo voltava a estar em paz. Tinha um fraquinho pela Concorrência Monopolística, pois nela pôde comparar a Zara com as suas roupas de alta costura, seguido de um encantador encolher de ombros. Porém, tal como o Homem Aranha ficava em apuros quando se lhe faltava a gosma para as teias e lá tinha de ir a pé para casa (ou de 58, no caso de ser o Jacinto), a Tia tem um calcanhares de Aquiles: o seu ombro direito. De tanto ter praticado o bem com uma pochette Louis Vitton no ombro que lhe ganhou uma tendinite. Revelou-nos este pequeno segredo quando, a meio de uma conversa reservada, quase se atirou ao chão aos berros de dores, numa visão petrificadora para qualquer um. Mas, tão rápido como começou também acabou, estando alguns de nós ainda a fazer psicanálise para tentar perceber se não terá apenas sido um sonho. Temos pensado no caso e imaginado como terá sido no Conselho de Ministros com os seu querido Pedrocas: "Pois bem, isto na Educação está uma... AAAAAAIIIII!". Pobre Tia! Entretanto, a Tia vai alegremente bebericando chá como se não fosse nada com ela...

Já não há heróis? - Cyclops


Cyclops - mais uma vez as características são evidentes, ok? Usava óculos, ok, e via tudo graças à sua visão raios-x. Eu dou uma ajuda, ok: quem é que detecta, mesmo a milhas de distância, o mais leve mexer de lábios, ok, e ameace logo que esse verdadeiro criminoso o vai ajudar no próximo problema, ok? Há um ano aterrorizou todos com um tal de Jacinto que apanhava o 58 para não chegar atrasado, ok, ao exame, ok, no último semestre teve um perdição por microorganismos e por sacos de café, paixão ganha à pala de tantas pestanas queimadas na senda dos mais difíceis problemas com que pudesse aterrorizar os seus alunos e assim mostrar a sua supremacia intelectual, ok. No fundo, no fundo, é boa pessoa, e a sua postura implacável só serve de refúgio psicológico, ok. Volta e meia fala um idioma, ok, que só ele percebe, certamente para aterrorizar as pobres mentes daqueles que só querem resolver o problema existencial do Jacinto. Mandámos para a CIA uma gravação de uma aula, e os coitados apenas conseguiram detectar palavras como "Qui-Quadrado", "T-Student", "Normalização", incompreensíveis na nossa linguagem. Volta e meia, ok, maravilha-nos com os seus conhecimentos em renda de birlos e de física quântica, pela qual, ok, é possível atirar inocentemente uma moeda a um amigo para, ok, por exemplo ele comprar uma pastilha, e afinal, ela atravessar a mão do amigo, ou então arrancar o gorro da gorda da cozinheira, ok, o que é sempre engraçado de ver, principalmente ser for a gorda da cantina... Enfim, ok?

Já não há heróis? - Super Homem


Super-Homem - lembram-se daquele que toda a gente gozava pela mania de usar as cuecas por cima das calças de lycra azuis da mãe? E quem é que, não tendo ainda conseguido deixar esse trauma do uso excessivo de roupa interior se pavoneia num passo mais ou menos característico à frente dos nossos olhos? As evidências são simples caros leitores: Demasiado volume na região da bacia (conhecido entre nós por "fralda"), escondendo os adereços que outrora foram o seu ganha pão. Mas há mais: só alguém que tenha vindo de outro planeta é que consegue dizer três vezes seguidas a palavra "eclética" sem expirrar ou desatar a rir. Aliás, a verdadeira causa de seca que o país atravessa reside nas três horas semanais que este docente lecciona, em cima das quais se criam picos de baixas pressões, que reagindo com o anti-ciclone dos Açores, originando este lindo serviço que é não chover a sério há dois anos! Em contrapartida, as suas aulas têm tanta palha que ainda não percebo porque é que os agricultores se queixam de não terem com que alimentar o gado: bastava a NOVA vender toda a palha que este professor produz, criando uma nova fonte de rendimentos para a faculdade, podendo-se inclusivé pensar numa redução das propinas para o preço simbólico de um euro, que é o custo dos copos de água que cada aluno tem de beber num semestre para conseguir aguentar uma aula que tenha a palavra "Direito" na denominação. É talvez o mais misterioso dos super heróis que aqui vos apresento, pelo pouco conhecimento que temos acerca dos seus comportamentos, já que são poucos os que o viram em acção, não porque ele não aparecesse, mas apenas porque poucos eram os que iam às suas aulas, e os que foram ficaram iguais ao Palonço ou então são velhos que trocaram os incómodos bancos de jardim pelos confortáveis cadeirões do A14 para dormitar ou jogar a feijões à sueca, não sendo por isso possível uma conversa estruturada que nos levasse ao melhor conhecimento deste ser.

Já não há heróis?

(Queixas relativas à extensão das minhas divagações sobre os professores-Super-heróis obrigam-me a reformular o formato dos post. Peço então desculpa àqueles que tão carinhosamente comentaram as minhas teses e que agora vêm os seus coments apagados!)

Hoje acordei de uma sesta que fiz com esta ideia. Como que dum flash se tratasse, acordei como se durante toda a soneca não me tivesse preocupado com outro assunto: Já não existem heróis?Num mundo dominado pelo bem e pelo mal, onde os maus arreleiam os bons e eles vão lá e dão-lhes tau tau, onde estão os nossos heróis? Onde estão todos aqueles que na infância crescemos a acreditar que existiam? Onde se meteu o Super-Homem, o Homem Aranha, o Captain Planet, o Sapo Cocas?EU DESCOBRI A RESPOSTA!!! Eles andam aí, bem mais perto de nós do que alguma vez pensámos. Reformaram-se das antigas funções e, ao abrigo da Lei de Protecção aos Super-Heróis criada pelo cavalo do Sr.Bush, foram todos enviado para Portugal. Não é fácil descobri-los (a nova secreta do Sócrates anda a escondê-los muito bem...) mas há tiques (e traumas) que não passam, por muita lavagem cerebral e aulas de História Económica do Século XVII que eles oiçam. Eles são... os nossos professores!!!E, meus caros leitores, ficarão assombrados quando pensarem nos factos que agora vos exponho e perceberem o quão cegos têm andado durante tantos anos!

sábado, fevereiro 25, 2006

Onde está o ________?

Chove lá fora enquanto movo as minhas mãos frias pelas teclas de forma ordenada. Agrupam-se letras, palavras, frases, pontualmente pontuadas para facilitar a compreensão...
Enquanto as ondas da música me envolvem numa espécie de névoa criativa, brotam ideias do nada. Imagino um fundo negro, onde vão surgindo imagens num estilo fade in, algumas passo para aqui para partilhar convosco, outras guardo para mim.
Não perccebo bem como acontece, mas as linhas vão aumentando, apesar de não ter nada de concreto para dizer, a um ritmo constante.
O barulho da chuva é cortado constantemente por um som semelhante a um spray, que se dá cada vez que um carro rola pelo alcatrão (a velocidade moderada claro, as condições do piso não permitem grandes acrobacias).
O meu companheiro de sempre está comigo, já esteve mais, já esteve menos, mas nunca desapareceu, e deixa a nossa marca em quase tudo o que faço. Quem é ele? Eu sei, mas não vos digo. Aceitam-se sugestões... Quem acertar ganha o rissol de camarão.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

ALARME MUNDIAL!!!

Filho de Cristiano Ronaldo e Merche Romero pode vir a ser criança mais estúpida de todos os tempos

A comunidade internacional está alarmada com as consequências de um hipotético casamento entre o futebolista Cristiano Ronaldo e a apresentadora de televisão Merche Romero. De acordo com o sueco Ingvar Karlsson, responsável pelo Departamento de Ameaças à Sanidade Global da ONU, “se estas duas personalidades tivessem um filho, o resultado seria uma criatura tão avassaladoramente estúpida que não chegaria sequer a ser considerada humana.” A combinação de genes do maior futebolista português da actualidade com os da maior Merche Romero andorrenho-portuguesa da actualidade revelar-se-ia catastrófica pois daria início a uma subespécie de aspecto vagamente humano que poderia usar os seus dotes atléticos e sorriso amplo para ascender à posição de espécie dominante do planeta e destruir a civilização tal como a conhecemos. Para evitar que tal aconteça, a ONU prepara-se para aprovar uma resolução que obrigue Cristiano e Merche a procriarem apenas com vencedores do Prémio Nobel da Física ou da Química, produzindo assim crianças com um coeficiente normal de estupidez.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Indicações, ignoro

Olho desconcertadamente para o banco de trás. Será que eu quero ir para ali? A experiência ensinou-me a evitar sítios apertados com animais ciosos. “Não há razão para temer” juram-me a pés juntos. Arrisco e entro. Ralmente a selvajaria está sob controlo. Esforço-me por tentar demonstrar que até tenho uma opinião futebolística mas acabo por ficar com um black out mental de 15 minutos nos quais salivo descontroladamente (mas ao menos sei o que é um penalty!). Nos bancos da frente fala-se da estrada. “Vira para a direita”. O carro vira para a esquerda. “Faz a rotunda pela direita”. O carro faz marcha atrás. Sinto-me a aproximar do Parque das Nações pelo que apreensivamente faço uma sugestão: “Segue a estrada”. Ignoram-me. Cai um silêncio brutal. Só se houve o rugido do motor que, “ligeiramente” em esforço, pede o alívio da maneta.
Após uma pequena oração pelas 5 crianças, 1 trisómico, 2 idosos e 1 macaco que foram atropelados nas diversas passadeiras do nosso caminho, relembram-se os locais por onde passámos, apontando-se ocasionalmente dedos para dizer: “Toma lá! Eu é que tinha razão!” Alguém do banco de trás enuncia a filosofia de vida do Carpe Diem. Ignoram-no. O carro muda de direcção para a esquerda (após uma sugestão de virar à direita) e finalmente concluímos que deviamos ter seguido em frente.
Paramos em frente de uma cancela, onde alguém tenta comunicar connosco utilizando uma língua desconhecida, rebentamos com 1/10 da floresta amazónica e saimos do carro rumo às festividades aniversariantes.
Vejo-me de novo no banco de trás. Vitórias aparte, ainda estou atormentado com a imagem de uma criança a voar pela sala após lhe terem sido aplicados 3 Masters locks, 1 Batista bomb e 6 pedigrees. Noto que nasceu mais um passageiro, que ocupa o lugar da frente e compreendo quais são as consequências. Já nenhuma grade me separa do animal pelo que vejo-me obrigado a proteger a minha pessoa com uma almofada de uma sodomização à bruta e ligeiramente forçada. Alguém fala comigo. Aparentemente andam-me a sugar a vida pelos joelhos sem que eu note. Pondero na melhor forma de responder a esta ameaça. Poderia, graças à minha enorme flexibilidade, restituír a minha vida através da incorporação do meu pé direito na testa do rapinador. Mas a testa está ligeiramente suada pelo que seria pouco higiénico. Resolvo antes contar uma história. Não só sou ignorado como também eu próprio sou sugado para o vórtice da ignorância, perdendo qualquer interesse, até no que digo. Alguém reconta a história. Ignoro. Sinto que passámos uma ponte. Tento visualizar-me em Albufeira mas sou rudemente interrompido por uma mão que sorrateiramente aproxima-se da minha perna. Protejo-me com a almofada. Alguém conta uma anedota. Ignoro.
Chegamos ao nosso destino. Vejo que não existe um excesso de veículos nem rotundas parvas pelo que fico agradado com o que vejo. Alguém me diz que estamos em Marrocos mas eu discordo. Acho que estamos em Praga. O passageiro salta e o casal reúne-se. Toda a sanidade esvaí-se do carro. No banco de trás fala-se do sado-masoquismo praguense e de comida. Nos bancos da frente fala-se da estrada. Alguém fala comigo. Ignoro. Falo com alguém. Ignoram-me. Começo a pensar nas vantagens e desvantagens da cera do ouvido.
Nos bancos da frente a conversa evoluí. Fala-se do núcleo parental de outrém com especial interesse no poder maternal, sendo o tópico incorporado na discussão sobre a estrada. Digo qualquer coisa. Ignoram-me. Alguém diz para se falar seriamente. Falamos do espancamento infantil como forma de entretenimento das massas num futuro próximo. Chego ao fim da linha. Enquanto saio do carro dizem-me qualquer coisa. Ignoro mas respondo qualquer coisa. Sou ignorado e vou dormir.

P.S. – Uma vez que não sei se incluí os erros necessários para ter um comment original, resolvi acrescentar uma pequena frase gramaticalmente incorrecta: “Oje á muta jente ke na tiem nadas ke fazeres”. Agradeço que incluam, para além da correcção, uma explicação teleológica sobre os acentos ortográficos. Considerem este aparte incluído no pensamento de aulas.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Antes de dormir

O tecto é a tela em que se projectam sonhos, ideias, vida. Observo, sem pagar bilhete nem pipocas, à medida que o enredo avança. A história não é nova, mas calha sempre bem, como aquelas comédias românticas que há aos molhes por aí...
As imagens e sons conjugam-se perfeitamente e as personagens ganham vida à medida que actuam nesse palco de sonhos. Alguns têm um papel mais importante que outros, mas todos contribuem para o produto final, indissociável de cada um deles, assim como do todo que formam.
Nesse mundo de fantasia tudo é fácil, tudo acontece. Estamos com quem queremos, como queremos, onde queremos, quando queremos. Parte ilusão, parte realidade, as duas mesclam-se numa simbiose perfeita até que de súbito acordamos. Não que estivéssemos a dormir, mas acordamos, e afinal só vemos o tecto. Branco, ou seja lá de que cor for, o único movimento que vemos é o que as luzes que vibram lá fora simulam à nossa frente, como se a rua, os carros, o alcatrão quisessem falar connosco.
Dizem-nos para nunca parar de sonhar, porque parar é morrer e matar o sonho é aprisionar a fantasia que nos faz superar os momentos maus e apreciar os bons.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Pénixe e os Amigos

É o assunto da blogosfera internacional: a ida de 11 malucos para uma casa prepararada para receber seis, onde subsistiram 3 dias na mais perfeita harmonia (embora quanto a este último ponto eu tenha algumas dúvidas...).
Talvez devido a muitas colónias passadas acho que, chegada a uma certa altura numa relação, é preciso sair do habitat natural para conhecermos o outro lado da outra pessoa. Porque a vida não é só livros, comparar notas e ver em que posição estamos no ranking (pequena arreleio ao amigo Alves). A vida é mais do que os apontamentos emprestados, os grupos de trabalho ou as conversas ao almoço (e até no meio das aulas, verdade seja dita!) mais ou menos monótonas, mais ou menos centradas sempre no mesmo assunto.
E por isso queria partir para outro lugar. Onde vos pudesse ver de chinelos, onde visse os vossos cabelos despenteados pela manhã (tirando a honrosa participação do amigo Rubém neste ponto, todas as meninas pareciam saídas do cabeleireiro quando acordavam e os menino tinham cabelo curto demais para se despentear...), onde fizéssemos o nosso "comer" (pequena dica ao amigo Tigas) - não sei porque mas acho que uma amizade se fortalece se cozinharmos a nossa comida (talvez um trauma de tantas más refeições em acampamentos) - basicamente, onde saíssemos do modo "aluno universitário" para entramos no modo "amigo".
Depois de muitas conversas sobre o que foi Pénixe e os Amigos, sobre os pontos bons e os pontos maus (porque, embora poucos, também os houve, e eu tenho uma certa tendência para os lembrar em vez de os esquecer) está na hora de algumas conclusões.
Confesso que não foi o que eu estava à espera. Esperava mais momentos de intimidade (sem com isto querer dizer sexo desenfreado!), mais entreajuda. Tal como no post anterior neste blog, esperava dar-me com pessoas que acabaram por me passar ao lado, e descobri pessoas com quem não pensava dar-me tanto. Eu sei que sou um pouco idealista/sonhador, mas tal como a China me caracterizou, sou um bébé resmungão: vibro imenso com o antes, e quando acaba fico triste. Eu emendei e disse que sou um bébé resmungão que, quando as expectativa é grande, fico triste por acabar quando superou as expectativas e ficou triste quando não alcançou as expectativas. Basicamente... fico sempre triste (não é bem assim mas pronto...)!
Mas digo-vos também que não esperava que a Cuca tivesse tanto jeito para as lareiras (obrigado por me deixares conduzir o Boguinhas!), que a Soraia refilasse tanto com o sumo de morango e com as bolachas (pequeno arreleio à Soraia), que a Rita fosse uma maluca, que a Daniela fosse cigana, que a Sara tivesse surtos de tagarela, que a M Inês e a China fossem tão fofinhas quando estão deitadas, que o Rubém fosse tão dado à vinhaça. Também não esperava algumas desilusões, mas essas já foram mais do que discutidas...
Embora já tenha dito que não, repetia a proeza, e isso é o que importa.
Porque quando queremos repetir, é porque no fundo gostámos, e isso tenho que vos agradecer.
A todos...

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Peniche

Apesar de algumas referências que já vi por essa Blogosfera, acho que este assunto requer um maior desenvolvimento, para não mencionar que o meu exacerbado egocentrismo me obriga a opinar sobre o fim-de-semana.
Poderia começar por dizer que foi uma bela chalaça, mas não o farei, nem tão pouco direi que foi Xelente!! (enquanto o indicador se une ao polegar e os restantes dedos se erguem no ar). Há momentos para ser parvo, e outros para não ser parvo, e este é para não ser parvo...
Cartomâncias, anedotas, aspiros de carpetes e isso tudo à parte, este fim-de-semana mostrou-me mais. Mostrou-me como nem sempre acontece aquilo de que estamos à espera, como as pessoas nem sempre são o que pensamos delas. Também eu me surpreendi por ter estado pouco tempo com as pessoas que me são mais próximas, com as quais pensava ir ter momentos profundos e introspectivos, que acabaram por acontecer com pessoas de quem esperava muito menos.
Quando se junta muita gente os momentos téte-à-téte tendem a diminuir, assim como o barulho e a parvoeira galvanizam as pessoas para vipes de riso, entre outros, coisas que são giras no momento, e que também o são depois, mas que em perspectiva não são bem o que esperávamos.
Não me interpretem mal, curti um molhe do fim-de-semana, por ter sido porreiro, e por ter sido com quem foi, e voltaria a vivê-lo, mas teria sido muito melhor se aquelas pequenas coisas que não interessam para nada não me pesassem de certa maneira na consciência. Gosto de me divertir, mas não de prejudicar os outros com o meu divertimento e tenho pena que não me tenha apercebido disso na altura certa.
É óptimo descobrir vocabulário, manas, um futuro com desejo no sexo, e as cenas que irritam, mas tenho pena de nas alturas de ser parvo estar em alta, e nas outras não ser tão crescidinho como às vezes acho que sou.
Depois deste momento profundamente sombrio e complexo, que Freud certamente explica como a necessidade de number 3, já não sei bem o que hei de dizer, deixando-vos com um pensamento vanguardista e eclético final: àqueles que se arrependem dos erros passados, falta a coragem e memória de fazer o certo no futuro - reneguem por isso o arrependimento e tenham a grandeza de espírito de se orgulharem do que são, para vocês, e para os outros, pois se o fizerem são certamente melhores do que julgam.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Animais e épocas festivas

Os ursos têm um problema: não gostam de castanhas, estando por isso limitados à jerupiga.
Concordo. Por outro lado, penso que as galinhas, estão limitadas às amêndoas visto que, para elas, comer ovos, seria uma estranha forma de canibalismo.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Serás tu a tal?

Vejo-te quando passas, outras vezes quando estás longe, interrogando-me se serás tu...
Imagino como seria se viesses comigo no comboio, se nos abraçássemos e ficássemos aninhadinhos no meio de dezenas de desconhecidos. Nem sequer te conheço, mas lembro-me de ti quando oiço aquela música, quando estou sentado no sofá e sinto que falta algo, alguém.
Penso se serás tudo aquilo que imagino, talvez mais, e sonho com um futuro contigo. Alegrias, tristezas, nós beijando-nos apaixonadamente na tua cama, na minha, no teu quarto, no meu, na tua casa, na minha, no elevador, na rua (não necessariamente por esta ordem). Estar contigo e descobrir as coisas pequenas que me dizem tanto, contar-te os meus segredos, ouvir os teus, enxugar-te as lágrimas quando choras, apoiar-te quando precisas. Passear contigo, sentir o bater do teu coração quando me aproximo de ti, fazer-te ficar com a garganta seca, picar-te até não aguentares mais, encostar-te à parede e seja o que Deus quiser!
Quase não sei nada de ti, mas sei que nunca vi em mais ninguém o que vejo em ti, o que não consigo explicar, mas que me atrai tanto. Talvez devesse esquecer tudo isto, e agir como se nada fosse, ou aproximar-me, e finalmente descobrir se poderás ser tu a tal, a alma gémea, a cara-metade, a que me completa e complementa.
Não sei se és tu, talvez sejas, talvez não, talvez nunca descubra, mas espero que sim.